A Secretaria de Saúde, por meio da diretoria de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses, iniciou na terça-feira (4/5) a ação de banhos de carrapaticida em cavalos de carroceiros na região do Nacional. O evento faz parte da estratégia de controle do carrapato estrela, que pode transmitir febre maculosa para os seres humanos. Ao todo, foram realizados 18 banhos, atendendo a uma cobertura de 90% dos equinos cadastrados na região. Também foi realizado panfletagem para informar a população sobre a importância da ação.
O diretor de Vigilância Ambiental e Controle de Zoonoses, Matheus Araújo, explicou que os banhos controlam a infestação de carrapatos que podem transmitir a febre maculosa e serão dados semanalmente durantes as próximas 18 semanas. "Eles são dados nessa época do ano porque é quando os carrapatos estão nas formas jovens e estão começando a crescer nas pastagens. Essas formas jovens são mais suscetíveis ao banho com o carrapaticida. E, além do mais, esses banhos visam o controle do carrapato nas pastagens”, justificou.
Ele explica ainda que o período das explosões populacionais das formas jovens do carrapato é a época em que os seres humanos mais se infectam com a doença. Justamente porque eles são menores e é mais difícil identificar quando você está sendo picado e pelo fato de ter uma quantidade muito grande nas pastagens. Por isso, a gente começa esses banhos nesse período do ano”, continuou a explicação.
Além dos banhos, foi realizado também uma panfletagem educativa com o objetivo de informar a população sobre os cuidados que os donos de cavalos devem ter para o controle da doença, assim como a identificação de sintomas da doença e procedimentos em caso de contaminação. Também foi criado um grupo de WhatsApp para os carroceiros tirarem as dúvidas e receberem informações.
A febre maculosa é transmitida ao ser humano pela picada do carrapato-estrela infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Os principais sintomas causados pela doença são: dor de cabeça, febre alta, dores no corpo, náuseas, vômitos, mal-estar, e, em alguns casos, manchas avermelhadas na pele, principalmente na palma das mãos e na planta dos pés. A doença é considerada grave e deve ser tratada no início. O tratamento não adequado logo no início do surgimento dos sintomas pode levar à morte.
O plano preventivo da Secretaria de Saúde para a febre maculosa tem seis principais objetivos. São eles:
Vigilância acarológica em todo o município para definir áreas de circulação do carrapato sculptum e acompanhamento das notificações espontâneas de parasitismo em humanos;
Classificação das áreas de risco para a circulação do agente causador da febre maculosa no município;
Estudos de soroprevalência em animais susceptíveis à infecção para identificação de áreas com circulação de rickettsii;
Controle estratégico das infestações por sculptum em áreas com suscetibilidade para a circulação do agente etiológico da FMB, a fim de diminuir as chances de transmissão de R. rickettsii;
Medidas de ação em áreas de circulação conhecida de rickettsii com presença de humanos, incluindo medidas de educação em saúde com foco na transmissão da FMB;
Integração com a Secretaria do Meio Ambiente para manejo correto das capivaras (H. hydrochaeris) em áreas de transmissão ou de risco para FMB.